O termo embriologia que refere-se
ao estudo de embriões, compreende apenas o período de desenvolvimento
pré-natal de embriões e fetos. Durante este estágio o organismo sofre diversas
mudanças, compondo o cenário de evolução embrionária até o instante do parto.
Período este denominado pelos estudiosos como “anatomia de desenvolvimento”. O desenvolvimento pré-natal é mais acelerado do que
o pós-natal, cumprindo-se em 9 meses aproximadamente, resultando
em mudanças amplamente cruciais para a vida pós-natal do feto.
Porém durante este desenvolvimento podem ocorrer
anormalidades, que resultarão em um neonato com problemas congênitos. O
segmento da embriologia que estuda este evento é a Teratologia,
do grego “teratos” que significa “monstro”, uma analogia ao feto com defeitos
de nascimento. Este segmento da embriologia sofre intervenção direta ou não de
vários fatores, genéticos ou ambientais, que atrapalham a evolução normal do embrião.
A embriologia tem quatro objetivos básicos,
são eles:
- Integrar
o desenvolvimento pré-natal com as ciências e com as diversas vertentes
da própria medicina, no intuito de entender os eventos da embriologia e
otimizar o uso deste conhecimento, diminuindo os riscos na gestação.
- Desenvolver
e aplicar o conhecimento sobre os eventos que iniciam a vida humana
e às mudanças que eles trazem para o feto, durante o período gestacional.
- Auxiliar
o entendimento das causas das alterações que ocorrem na estrutura
humana;
- Esclarecer
a anatomia fetal e explicar como há o desenvolvimento das
estruturas normais e anormais.
Muitas práticas modernas utilizadas atualmente na obstetrícia necessitam da
aplicação da embriologia. Assim, o conhecimento que os médicos tem sobre o
desenvolvimento normal (padrão) do feto e das causas prováveis das anomalias
faz-se importante para auxiliar o embrião durante todo o seu desenvolvimento,
garantindo, então, boas chances do bebê nascer sadio. Os eventos embriológicos
de interesse especial para os obstetras são: a ovulação, o transporte do
ovócito e do espermatozóide,
fertilização, a implantação, as relações materno-fetais, a circulação fetal, os
períodos críticos do desenvolvimento e as causas das anomalias congênitas.
Estes especialistas vão além do cuidado com a mãe, cuidam principalmente da
saúde do embrião.
Infelizmente as anomalias que ocorrem durante o
desenvolvimento do embrião causam a maioria das mortes durante o primeiro ano
de vida, por isso o estudo é importante já que pode prevenir uma boa parte
delas. Vale ressaltar a importância do progresso da cirurgia, especialmente nos
grupos de idade infantil, perinatal e fetal, que tornou viável um tratamento
cirúrgico antes impossível. A compreensão e a correção da maioria das anomalias congênitas dependem, sobretudo, do conhecimento sobre o processo total de desenvolvimento normal e dos desvios que podem ocorrer durante este estágio. A correção pós-natal nem sempre é possível e isso muda a vida não só do paciente contemplado, mas de todos os familiares à sua volta. Portanto, quanto mais cedo for feito o diagnóstico há mais chances de reverter o quadro clínico embrionário.